Silvia Muchagata respondeu a todas as perguntas dos vereadores membros da CEI durante a oitiva
Depois de oitiva da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga as contas da Santa Casa de Rondonópolis realizada ontem (6), no Plenário da Câmara Municipal, o destino da fazenda localizada em Tesouro, que teria sido doada em testamento para a Santa Casa continua sem respostas.
Em depoimento, a advogada e ex-diretora da Associação dos Pacientes Oncológicos de Rondonópolis (Apor), Silvia Muchagata, explicou que não acompanhou o processo da fazenda depois que se retirou da ação ainda em 2019.
Durante a oitiva, a advogada, que é sócia do escritório do advogado Leonardo Resende, que atuou por mais de 10 anos na assessoria jurídica da Santa Casa e já depôs como testemunha na CEI, relatou o seu envolvimento com a Apor e com a ação judicial que envolve a fazenda de Tesouro.
Ela explicou que, em 2018, um associado da Apor, que não teve o nome citado durante a oitiva, trouxe uma carta testamento de uma paciente oncológica doando uma fazenda para que o valor fosse usado na construção e ampliação do hospital do câncer.
Esse associado teria informado que conhecia a paciente e que antes dela falecer contou que a intenção era de fazer a doação à Apor para que pudesse ajudar a construir o hospital do câncer.
“A diretoria (da Apor) me procurou para saber se a carta tinha validade como testamento. Sugeri que fosse feita uma ação para validar o testamento, para que fosse reconhecido como um testamento legal e fosse levado ao inventário”, esclareceu e acrescentou que, então, entrou com uma ação em nome da testamenteira e não atuou pela Apor no processo.
Além disso, afirmou à CEI que na época em que a carta chegou a Apor não havia qualquer litígio com a Santa Casa e que, inclusive, desconhece em que momento a Santa Casa requereu a doação, porque teria deixado de representar a testamenteira na ação ainda em agosto de 2019, quando esta nomeou um novo advogado.
Silvia Muchagata respondeu a todas as perguntas dos vereadores membros da CEI durante a oitiva que teve início às 15h e durou pouco mais de uma hora.
Fazenda
A fazenda em Tesouro vem gerando polêmica desde que denúncias foram feitas pela ex-diretora executiva da Santa Casa, Bianca Talita Franco, inclusive durante oitiva da própria CEI.
A área rural teria aproximadamente 920 hectares e teria sido doada para o hospital do câncer. Em testamento, uma paciente teria destinado 90% do valor da venda da área para o hospital e 10% para uma outra pessoa.
A doação da área, contudo, virou motivo de uma disputa entre a Apor e a Santa Casa. A fazenda teria então sido avaliada pela Justiça em R$ 2,6 milhões e vendida judicialmente por R$ 3,1 milhões.
Fonte: A Tribuna MT Crédito da Foto: Divulgação