Em um movimento estratégico para ampliar a vigilância ambiental durante o período crítico de estiagem, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) está expandindo sua rede de monitoramento da qualidade do ar para mais 11 municípios mato-grossenses.
A iniciativa, que visa principalmente rastrear os impactos de queimadas e incêndios florestais, equipará as novas localidades com sensores modernos que fornecem dados em tempo real sobre a poluição atmosférica.
Seis cidades já receberam os novos equipamentos: Barão de Melgaço, Poconé, Barra do Bugres, Primavera do Leste, Pontes e Lacerda, e Campo Novo do Parecis. Elas se juntam à capital, Cuiabá, e a Várzea Grande, que já contavam com estações de monitoramento.
O plano de expansão continua ainda este ano, com a instalação de sensores prevista para os municípios de Rondonópolis, São Félix do Araguaia, Barra do Garças, Guarantã do Norte e Nova Mutum, totalizando 13 localidades monitoradas em todo o estado.
O principal objetivo é obter um diagnóstico preciso dos níveis de material particulado no ar, um poluente perigoso que tem suas concentrações agravadas pela fumaça.
“O monitoramento nos municípios do interior e na capital é importante para obtermos informações que subsidiem políticas públicas de meio ambiente e saúde, principalmente voltadas às populações expostas à poluição atmosférica”, destaca Sérgio Figueiredo, coordenador de Monitoramento da Água e do Ar da Sema.

Tecnologia e Transparência
Os sensores instalados, da marca Purple Air, foram adquiridos por meio do Mutirão de Conciliação Ambiental. Eles realizam medições das concentrações de poluentes a cada cinco minutos e calculam automaticamente os índices de qualidade do ar.
Um dos pilares do projeto é a transparência. Qualquer cidadão pode acessar os dados gratuitamente através do site internacional map.purpleair.com, permitindo que a população acompanhe a qualidade do ar em sua região em tempo real.
A implementação da rede conta com o apoio técnico e científico de importantes parceiros, como o Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Instituto de Proteção da Amazônia (IPAM).
O que é o Material Particulado e Quais os Riscos?
O material particulado em suspensão é uma mistura de substâncias sólidas e líquidas, como poeira e fumaça, provenientes de chaminés industriais, veículos e, principalmente, das queimadas.
As partículas menores, com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros (PM2.5), são as mais perigosas, pois, ao serem inaladas, podem penetrar profundamente nas vias respiratórias, chegar à corrente sanguínea e causar ou agravar doenças cardíacas e respiratórias.
Futuro do Monitoramento e Novas Medidas
A Sema anunciou que, em breve, lançará um portal próprio para a consulta de dados, que irá além do material particulado. Em Cuiabá e Várzea Grande, o monitoramento será ampliado para outros poluentes críticos, como o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO) e ozônio troposférico (O3).
Essa nova plataforma emitirá boletins diários com os índices de qualidade do ar, seguindo as diretrizes da recém-publicada Resolução CONAMA nº 506, de 5 de julho de 2024, que estabelece padrões mais rígidos para a qualidade do ar no Brasil.
A iniciativa da Sema integra a Coalizão Respira Amazônia, um esforço conjunto que reúne órgãos ambientais, o Ministério do Meio Ambiente, ONGs e universidades para fortalecer o monitoramento e as ações de combate à poluição do ar em toda a Amazônia Legal.
Fonte: Da redação com Assessoria