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segunda-feira, outubro 13, 2025

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Trump anuncia plano de paz para Gaza que prevê anistia ao Hamas e governo temporário

Os Estados Unidos divulgaram nesta segunda-feira (29) um plano de encerrar a guerra na Faixa de Gaza. A proposta prevê a criação de um conselho internacional presidido por Donald Trump, anistia a integrantes do Hamas que entregarem as armas e a possibilidade da criação de um Estado palestino.

Segundo a proposta, Gaza será transformada em uma zona “desradicalizada”, livre de grupos armados. O território passará por reconstrução com apoio de um comitê palestino tecnocrático e de especialistas internacionais. Até a última atualização desta reportagem, o Hamas não havia se manifestado sobre o assunto.

O grupo proposto pelos Estados Unidos atuará sob supervisão de um novo órgão internacional, o chamado “Conselho da Paz”, que será presidido por Trump. O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair também deve integrar a estrutura. Não está claro se Israel participará do conselho.

A proposta esclarece que o Hamas teria até 72 horas para devolver todos os reféns israelenses mantidos em Gaza. Confira detalhes do plano mais abaixo.

Em uma coletiva de imprensa, Trump afirmou que se o Hamas rejeitar a proposta, os Estados Unidos apoiarão medidas militares para eliminar o grupo terrorista de forma definitiva.

Ao lado de Trump, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que concorda com o plano e afirmou que Israel irá avançar na ofensiva caso o Hamas não aceite os termos propostos pelos EUA.

“Se o Hamas rejeitar seu plano, senhor presidente, ou se supostamente aceitá-lo e depois basicamente fizer de tudo para contrariá-lo, então Israel concluirá o trabalho por conta própria”, disse Netanyahu.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, se encontra com Donald Trump na Casa Branca — Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, se encontra com Donald Trump na Casa Branca — Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

Atualmente, Israel controla parte do território Faixa de Gaza, onde realiza operações militares terrestres. Enquanto isso, na prática, o governo do enclave está sob domínio de autoridades ligadas ao Hamas.

Veja alguns pontos do plano dos EUA:

▶️ Fim imediato da guerra e troca de reféns e prisioneiros

  • O cessar-fogo ocorreria logo após a aceitação do plano.
  • Israel libertaria prisioneiros, enquanto o Hamas devolveria todos os reféns em 72 horas.
  • A troca incluiria também restos mortais de ambas as partes.

▶️ Ajuda humanitária e reconstrução de Gaza

  • Entrada imediata de alimentos, água, energia, hospitais e infraestrutura.
  • Equipamentos para limpar escombros e reabrir estradas seriam autorizados.
  • Distribuição feita pela ONU, Crescente Vermelho e outras entidades neutras.

▶️ Nova governança em Gaza

  • Um comitê palestino tecnocrático e apolítico assumiria a gestão local.
  • Esse órgão seria supervisionado pelo “Conselho da Paz”, presidido por Trump.
  • Não está claro se Israel participará do conselho internacional.
  • O objetivo é preparar o retorno da Autoridade Palestina após reformas.

▶️ Desmilitarização e anistia ao Hamas

  • Toda infraestrutura militar e de túneis seria destruída sob monitoramento internacional.
  • Integrantes do Hamas poderiam entregar armas e receber anistia.
  • Quem desejasse sair teria passagem segura para outros países.

▶️ Segurança internacional e futuro político

  • Uma Força Internacional de Estabilização treinaria a polícia palestina.
  • Israel se retiraria gradualmente do território, mantendo apenas um perímetro de segurança temporário.
  • O plano prevê caminho para autodeterminação palestina e coexistência pacífica.

Proposta

Um tanque israelense patrulha a fronteira entre Israel e Gaza, antes de um acordo de cessar-fogo entrar em vigor, em 19 de janeiro de 2025 — Foto: REUTERS/Amir Cohen

Um tanque israelense patrulha a fronteira entre Israel e Gaza, antes de um acordo de cessar-fogo entrar em vigor, em 19 de janeiro de 2025 — Foto: REUTERS/Amir Cohen

O plano prevê ainda a libertação de todos os reféns israelenses que estão sob o poder do Hamas em até 72 horas após a aceitação da proposta. Em contrapartida, Israel libertaria mais de 1.900 prisioneiros palestinos, incluindo 250 que receberam penas de prisão perpétua.

Ainda de acordo com a proposta, a ajuda humanitária seria ampliada imediatamente, com entrada de alimentos, medicamentos e materiais para reconstrução. A distribuição seria feita pela ONU, pelo Crescente Vermelho e por outras entidades internacionais.

“Ninguém será forçado a deixar Gaza. Aqueles que desejarem sair poderão fazê-lo livremente e terão direito de retorno. Encorajaremos as pessoas a permanecer e lhes ofereceremos a oportunidade de construir uma Gaza melhor.”

O comunicado indica ainda que o Hamas e outras facções ficariam proibidos de participar do governo de Gaza. Todos os túneis e fábricas de armas seriam destruídos. Uma Força Internacional de Estabilização, com apoio de países árabes, assumiria a segurança local e treinaria a polícia palestina.

A proposta deixa clara que Israel não anexaria o território da Faixa de Gaza. As Forças de Defesa de Israel se retirariam gradualmente, entregando áreas à força internacional, em um processo condicionado à desmilitarização.

“Os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização (ISF), a ser imediatamente implantada em Gaza. A ISF treinará e dará suporte a forças policiais palestinas verificadas em Gaza, em consulta com Jordânia e Egito, que têm vasta experiência nessa área”, segundo o documento.

O comunicado indica que a proposta será executada mesmo com a rejeição do Hamas. Neste caso, o plano será implementado em áreas consideradas livres do grupo terrorista. A conclusão do plano indica que a Autoridade Palestina tomaria o poder de forma definitiva, o que consolidaria a criação do Estado Palestino.

Trump se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira, na Casa Branca. O encontro também buscou reduzir as tensões entre Israel e Catar, após o bombardeio em Doha, no início de setembro, que teve como alvo dirigentes do Hamas.

De acordo com a Casa Branca, durante a reunião, Netanyahu e Trump ligaram para o premiê catariano, Mohammed Bin Abdulrahman. No telefonema, Netanyahu pediu desculpas “pela violação da soberania do Catar” e disse que Israel não repetirá ataques contra o país.

Sobre a proposta de paz para Gaza, Trump já havia discutido o plano com líderes árabes em Nova York, na semana passada, antes da Assembleia Geral da ONU.

Gaza será governada temporariamente por uma administração de transição composta por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, responsável pelos serviços públicos e municipais do dia a dia para a população. Esse comitê será formado por palestinos qualificados e especialistas internacionais, sob supervisão de um novo órgão internacional de transição, o “Conselho da Paz”, que será chefiado e presidido pelo Presidente Donald J. Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro Tony Blair. Esse órgão definirá o marco institucional e administrará os recursos para a reconstrução de Gaza até que a Autoridade Palestina conclua seu programa de reformas, conforme previsto em diversas propostas — incluindo o plano de paz de Trump em 2020 e a proposta saudita-francesa — e possa reassumir o controle de Gaza de forma segura e eficaz. O órgão aplicará os melhores padrões internacionais para criar uma governança moderna e eficiente, que atenda ao povo de Gaza e seja atraente para investimentos.

Um plano econômico de desenvolvimento para reconstruir e revitalizar Gaza será elaborado por um painel de especialistas que já participaram da criação de algumas das cidades modernas mais prósperas do Oriente Médio. Diversas propostas de investimento e ideias de desenvolvimento apresentadas por grupos internacionais serão analisadas, de forma a integrar segurança e governança e atrair investimentos que gerem empregos, oportunidades e esperança para o futuro de Gaza.

G1

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