Uma ação estratégica da Polícia Federal (PF) deflagrada ontem, quarta-feira (19) em Rondonópolis, resultou na prisão em flagrante de um servidor público estadual e desvendou indícios de um esquema robusto de lavagem de dinheiro.
O investigado foi detido no momento em que portava a quantia de R$ 800 mil em espécie, um montante que, segundo as apurações, seria parte de uma manobra para ocultar a origem ilícita de recursos.
A operação é o desfecho inicial de uma investigação que começou neste mesmo mês, após os sistemas de controle identificarem movimentações financeiras completamente incompatíveis com o perfil econômico do suspeito.
O aprofundamento da apuração revelou números impressionantes: nos últimos anos, o servidor teria movimentado mais de R$ 66 milhões.
Evolução patrimonial inexplicável
A Polícia Federal identificou que a evolução patrimonial e financeira do servidor não possuía qualquer correspondência com seus rendimentos de origem lícita conhecidos.
Para operacionalizar cifras tão altas, as diligências apontam que o suspeito utilizava um esquema complexo, valendo-se não apenas de contas bancárias próprias, mas também de contas de terceiros.
O objetivo dessa triangulação era movimentar quantias milionárias sem levantar suspeitas imediatas, tentando dissimular o caminho do dinheiro.
A estratégia do “Dinheiro Vivo”
O flagrante com R$ 800 mil não foi um evento isolado, mas sim parte de um modus operandi recorrente. A investigação descobriu que o servidor realizava saques anuais de grandes valores em espécie.
Segundo a PF, essa prática de retirar o dinheiro do sistema bancário tinha uma finalidade específica: criar uma estratégia de ocultação temporária.
Ao manter os valores em espécie, o investigado dificultava o rastreamento fiscal pelas autoridades.
O plano final seria a posterior “reinserção” desses valores na economia, já com a aparência de legalidade, completando o ciclo da lavagem de capitais.
Bloqueio milionário e consequências
Diante da gravidade dos fatos e do risco de dilapidação do patrimônio, a 2ª Vara Criminal de Rondonópolis determinou medidas cautelares rigorosas.
Além da prisão, a Justiça ordenou o bloqueio de até R$ 11,3 milhões em bens e valores do investigado. O objetivo é preservar os ativos para garantir uma eventual recuperação futura aos cofres públicos ou o pagamento de multas.
Com a confirmação da autoria, o servidor poderá responder pelo crime de lavagem de dinheiro, além dos delitos antecedentes que geraram a riqueza ilícita e que foram identificados no curso das investigações.
Fonte: Da Redação com Polícia Federal


