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terça-feira, dezembro 16, 2025

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“Eu tenho um preço”: Flávio Bolsonaro lança pré-candidatura, mas fala sobre possibilidade de negociar desistência

O cenário para a disputa presidencial de 2026 ganhou contornos definitivos e, ao mesmo tempo, enigmáticos neste domingo (7). Em entrevista coletiva concedida após participar de um culto em Brasília, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) oficializou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, apresentando-se como um “caminho alternativo” ao atual governo. No entanto, o parlamentar deixou uma porta estrategicamente aberta para negociações, afirmando ter um “preço” para retirar seu nome da disputa.

A decisão de lançar a candidatura foi maturada na última semana, após conversas familiares e o aval final do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Eu sempre disse para ele que estava na mão de Deus e ele sentiu por bem que eu fizesse [o anúncio] após a reunião com ele e após conversar com algumas pessoas”, explicou Flávio, ressaltando que o pleito de 2026 não será sobre uma pessoa, mas sobre o futuro do país.

Um “Bolsonaro mais centrado”

Buscando diferenciar-se e ampliar seu eleitorado, Flávio adotou um tom de moderação pessoal, contrapondo-se à imagem mais radical frequentemente associada ao bolsonarismo raiz. Ele afirmou esperar que sua exposição revele:

“Eu sempre disse para ele que estava na mão de Deus e ele sentiu por bem que eu fizesse [o anúncio] após a reunião com ele e após conversar com algumas pessoas”, explicou Flávio, ressaltando que o pleito de 2026 não será sobre uma pessoa, mas sobre o futuro do país.

Um “Bolsonaro mais centrado”

Buscando diferenciar-se e ampliar seu eleitorado, Flávio adotou um tom de moderação pessoal, contrapondo-se à imagem mais radical frequentemente associada ao bolsonarismo raiz. Ele afirmou esperar que sua exposição revele:

Sobre a reação inicial do mercado financeiro ao seu nome, classificada por ele como “natural” porém “precipitada”, o senador argumentou compartilhar da mesma convicção dos agentes econômicos

“O Brasil não aguenta mais 4 anos [de governo Lula]”

Apesar do discurso de pacificação, as críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram duras.

Flávio acusou o petista de descumprir a promessa de unir o país e de usar a máquina pública para “perseguir opositores” e “alimentar a discórdia”. Ele comparou a necessidade do Brasil a uma “quimioterapia forte para voltar a respirar”

O enigma do “Preço” e a Anistia

O ponto de maior tensão da coletiva ocorreu quando Flávio admitiu a possibilidade de não levar a candidatura até o fim.

“Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Eu vou negociar. Eu tenho um preço para não ir até o fim”, declarou o senador.

Questionado diretamente se a aprovação de uma anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 seria a moeda de troca, o senador respondeu inicialmente que a pista “estava quente”.

Posteriormente, ao ser indagado se o preço seria a votação da anistia no Congresso, retrucou: “não é só isso não”.

Ele prometeu revelar o conteúdo exato dessa condição nesta segunda-feira (8), instigando a imprensa:

“Eu quero que vocês pensem sobre o que está em jogo no Brasil e quanto vale eu retirar minha candidatura”.

Sobre o tema da anistia, Flávio também criticou uma recente decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes, do STF, classificando-a como um ataque ao equilíbrio entre os poderes e defendendo que o Brasil precisa ser “redemocratizado”.

Articulação: Tarcísio, Centrão e a Direita

Flávio Bolsonaro rechaçou a tese de fragmentação da direita, mesmo reconhecendo as pré-candidaturas de Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil). Para ele, o grupo está unido no propósito de remover a “ameaça à democracia”.

O senador destacou o papel fundamental do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem chamou de “um cara fora de série” e “o principal cara do nosso time hoje”.

Segundo Flávio, Tarcísio foi a primeira pessoa procurada após o aval de Jair Bolsonaro e reagiu “de peito aberto”.

A estratégia agora volta-se para o Centrão. Flávio iniciará nesta segunda-feira (8) uma rodada de conversas com líderes partidários de peso, incluindo Valdemar Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP), Antonio Rueda (União Brasil) e Marcos Pereira (Republicanos).

A tese para atrair esses partidos é pragmática: “[eles] vêm com quem vai ganhar, vêm com quem tem o melhor projeto”.

O fator Jair Bolsonaro

O senador também atualizou a situação de seu pai. Informou que não fala com o ex-presidente desde terça-feira, devido à proibição de uso de celular na carceragem da Polícia Federal.

Flávio pretende visitá-lo na próxima terça (9) para relatar que o anúncio da candidatura “elevou o moral de todo mundo” e “reacendeu uma chama que estava apagada” na militância.

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Fonte: Da redação

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