
A categoria docente da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) confirmou adesão à paralisação nacional marcada para hoje (29). O protesto, articulado em todo o país, tem como principal alvo o Decreto nº 12.448/2025, que promove o contingenciamento de R$ 13,1 bilhões do orçamento da educação, o que deve afetar diretamente o funcionamento das instituições federais de ensino.
De acordo com a professora Ivanete Rodrigues, presidente da Adufmat – Seção Sindical Rondonópolis/Andes-SN, a deliberação pela paralisação ocorreu em assembleia geral.
“A categoria docente da UFR deliberou, em assembleia geral, pela adesão ao movimento de paralisação nacional, como forma de protesto e enfrentamento à política de corte de recursos implementada pelo governo federal”, afirmou.
A professora explicou que os impactos do corte poderão ser sentidos em diversos setores da universidade.
“Esse corte compromete o pagamento de bolsas para os estudantes, como moradia e alimentação, e ameaça a continuidade de serviços essenciais como energia, limpeza e segurança”, declarou Ivanete Rodrigues.
O movimento nacional foi inicialmente convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que denunciou a gravidade da crise orçamentária enfrentada pelas universidades públicas. Em resposta, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) anunciou, no sábado (24), apoio oficial à paralisação.
Em nota informativa, o Diretório Central dos Estudantes da UFR (DCE-UFR) detalhou a decisão de acompanhar a paralisação, mesmo sem consulta ampla aos alunos.
“Considerando que os docentes aprovaram a paralisação, mesmo que a consulta entre os estudantes indicasse posição contrária, as aulas não ocorreriam. Por isso, entendemos que a consulta perderia seu efeito prático e optamos por não realizá-la”, informou o DCE.
A nota também pontua sobre a realização da reunião entre reitores das universidades federais e representantes do governo federal, ocorrida dia (27).
Apesar da ausência do presidente Lula, o encontro resultou em promessas de recomposição orçamentária e regularização dos repasses. Ainda assim, os organizadores da mobilização mantiveram a paralisação como forma de pressionar por garantias concretas.
“O movimento está mantido em todo o país. Universidades, institutos, estudantes organizados e entidades como UNE e ANDES-SN seguem mobilizados por orçamento justo e melhores condições para a educação pública”, conclui a nota do DCE-UFR.
Ainda não há deliberação se a categoria vai entrar de greve. Em 2024, os professores da UFR fizeram greve por 30 dias.
Fonte: Jhayne Lima