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quinta-feira, agosto 21, 2025

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Em revés para o Governo Lula, oposição comanda a CPMI que investigará fraudes bilionárias no INSS

Em uma contundente derrota política para a base governista, a oposição no Congresso Nacional assegurou o controle da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar desvios na Previdência Social.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente do colegiado nesta quarta-feira (20), superando o candidato apoiado pelo governo, senador Omar Aziz (PSD-AM), por um placar de 17 a 14.

A eleição, que quebrou a tradição de acordos por aclamação, expôs a articulação da oposição, que se mobilizou para lançar uma candidatura alternativa e garantir o comando dos trabalhos.

A vitória foi consolidada com a escolha do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria, uma indicação de Viana que preteriu o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB), que era o preferido dos governistas.
Gaspar, alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, terá a responsabilidade de conduzir as investigações e elaborar o relatório final, que poderá resultar em pedidos de indiciamento.

“Conversamos bastante sobre o desafio desta CPMI. Tenho certeza que [Alfredo Gaspar] vai fazer um grande trabalho”, declarou o recém-eleito presidente, justificando a escolha pela “grande experiência curricular” do relator.

O Alvo: um esquema de R$ 6,3 bilhões
Instalada oficialmente hoje, a CPMI se debruçará sobre um esquema de fraudes que, segundo investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos.

O foco principal é a apuração de desvios em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio de descontos associativos mensais não autorizados nas aposentadorias e pensões.

As investigações preliminares apontam para o uso de cadastros falsificados e a participação de associações e entidades sem capacidade operacional para justificar as cobranças.

Tensões políticas e o desgaste do governo
A comissão nasce em um ambiente de alta voltagem política. Para a oposição, a investigação é uma oportunidade de desgastar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente se as apurações avançarem sobre o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade ligada a Frei Chico, irmão do presidente.

Apesar do cenário, o presidente Carlos Viana adotou um tom moderado em seu primeiro discurso, afirmando que não tem “desejo de prejudicar a quem quer que seja”.

“Quem está aqui é um presidente eleito que quer esclarecer o que aconteceu, pedir a punição dos culpados e, principalmente, gerar novos projetos e políticas que não permitam a repetição de um momento tão vergonhoso para o Brasil”, afirmou.

Composição e Próximos Passos
A CPMI será composta por 32 parlamentares titulares — 16 deputados e 16 senadores — e terá um prazo de funcionamento de até seis meses, prorrogável por igual período.

As maiores bancadas serão do PT e do PL, com quatro representantes cada, o que antecipa debates acalorados nas futuras sessões.

O próximo passo será a definição do plano de trabalho pelo relator e a votação dos primeiros requerimentos para convocações e quebras de sigilo.

Senadores (16 titulares):

  • Carlos Viana (Podemos-MG)
  • Jorge Seif (PL-SC)
  • Izalci Lucas (PL-DF)
  • Eduardo Girão (Novo-CE)
  • Damares Alves (Republicanos-DF)
  • Tereza Cristina (PP-MS)
  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Renan Calheiros (MDB-AL)
  • Styvenson Valentim (PSDB-RN)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Cid Gomes (PSB-CE)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Leila Barros (PDT-DF)
  • Dorinha Seabra (União-TO)

Deputados Federais (16 titulares):

  • Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
  • Coronel Fernanda (PL-MT)
  • Adriana Ventura (Novo-SP)
  • Marcel van Hattem (Novo-RS)
  • Paulo Pimenta (PT-RS)
  • Alencar Santana (PT-SP)
  • Sidney Leite (PSD-AM)
  • Ricardo Ayres (Republicanos-TO)
  • Romero Rodrigues (Podemos-PB)
  • Mário Heringer (PDT-MG)
  • Beto Pereira (PSDB-MS)
  • Bruno Farias (Avante-MG)
  • Alfredo Gaspar (União-AL)
  • Duarte Jr. (PSB-MA)
  • Rafael Brito (MDB-AL)
  • Julio Arcoverde (PP-PI)

Fonte Da redação

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