O programa Saúde Digital de Mato Grosso, uma iniciativa que já gerou uma economia de R$ 270 milhões aos cofres públicos, deu um novo e ambicioso passo para encurtar as vastas distâncias do estado. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) anunciou a ampliação do programa com um projeto de telediagnósticos em oftalmologia, que levará exames de alta complexidade para a ponta do sistema, na Atenção Primária à Saúde (APS) dos 142 municípios.
A iniciativa visa a combater um dos maiores desafios da saúde em um estado de dimensões continentais: o acesso a especialistas.
Com a teleoftalmologia, um paciente com diabetes ou hipertensão em uma cidade remota não precisará mais viajar centenas de quilômetros para uma consulta que pode durar poucos minutos.
O diagnóstico precoce de doenças oculares graves, que podem levar à cegueira, será feito na própria unidade de saúde de seu bairro.
“O programa de Saúde Digital existe para encurtar distâncias, dar mais eficiência aos serviços prestados e reduzir gastos.
No estado de Mato Grosso, temos ótimos resultados e essa ampliação do serviço demonstra que o Governo prioriza o investimento em tecnologia na área da saúde”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
Como a tecnologia vai funcionar na prática
O coração do novo projeto é a aquisição de 250 retinógrafos portáteis, sendo que 75 já estão prontos para iniciar a implantação. Este equipamento, segundo a gestora da Saúde Digital, Dra. Vânia Berti, tira fotos de alta resolução do fundo do olho, capturando imagens da retina, artérias, veias e do nervo ótico.
O fluxo será simples e ágil:
- Um profissional da Atenção Primária, devidamente treinado, realiza o exame no paciente na UBS.
- As imagens são enviadas através de uma plataforma em nuvem para uma central de especialistas.
- Um médico oftalmologista analisa as imagens remotamente e emite o laudo.
A meta é que o tempo médio para a entrega do laudo seja de menos de 72 horas. Futuramente, o sistema será integrado com Inteligência Artificial (IA) para otimizar ainda mais a triagem e a análise.
“O Programa Saúde Digital visa contribuir para a prevenção da cegueira evitável, colaborar para a redução das desigualdades no acesso à saúde ocular e fortalecer a rede de atenção oftalmológica no âmbito do SUS em Mato Grosso”, informou Diógenes Marcondes, assessor das políticas de Saúde Digital da SES.
Os principais alvos do rastreamento são a retinopatia diabética, a retinopatia hipertensiva e a degeneração macular relacionada à idade, condições que exigem monitoramento constante e que, se não tratadas a tempo, são as maiores causas de perda de visão na população.
“O projeto é inédito no Estado, fortalece a equidade e a rede do SUS e coloca Mato Grosso como referência nacional em saúde digital e teleoftalmologia”, concluiu Vânia Berti.
Um Programa consolidado e de resultados expressivos
A expansão para a oftalmologia se apoia em uma base sólida de sucesso. O programa Saúde Digital de Mato Grosso já é uma realidade consolidada, ofertando 42 especialidades médicas em modalidades como teleconsulta, teletriagem e telemonitoramento.
Até o dia 1º de outubro de 2025, os números impressionam:
- 520.297 telediagnósticos realizados (em áreas como cardiologia, dermatologia e estomatologia).
- 12.518 teleinterconsultas (consultas trianguladas entre paciente, generalista e especialista).
- 11.764 teleconsultorias (médicos da APS tirando dúvidas com especialistas).
- R$ 270 milhões de economia estimada para o estado.
O programa já alcança todos os 142 municípios de Mato Grosso, com 3.226 estabelecimentos de saúde cadastrados, incluindo 41 unidades prisionais e cinco Distritos Sanitários Indígenas (Dseis).
Ao todo, 1.691 profissionais já foram treinados para utilizar a plataforma, formando um exército digital que está, na prática, revolucionando o acesso à saúde no estado.
Fonte: Da redação com Assessoria