
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, na manhã de ontem quarta-feira (22), uma ofensiva de grande escala para desarticular uma complexa rede criminosa especializada no contrabando e distribuição de cigarros eletrônicos e outras mercadorias ilícitas em Mato Grosso. Seis operações simultâneas foram postas em prática, resultando no cumprimento de 33 mandados judiciais em diversas cidades do estado e em São Paulo.
A ação integrada, que contou com o apoio tático da Polícia Militar de Mato Grosso, cumpriu:
28 mandados de busca e apreensão e 5 mandados de prisão preventiva, além de ordens para o bloqueio de bens e valores pertencentes aos investigados.
Os alvos da operação estão localizados nos municípios de Rondonópolis, Mirassol D’Oeste, Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis, Cuiabá e Várzea Grande, além da capital paulista, com foco principal nos núcleos logísticos e financeiros do esquema.

Um esquema com tentáculos no crime organizado
As investigações revelaram uma estrutura criminosa muito mais sofisticada do que um simples contrabando. A rede não apenas importava e distribuía os cigarros eletrônicos — cuja comercialização é proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) —, mas também atuava em outras frentes.
Foram identificados indícios de descaminho (importação de produtos permitidos, mas sem o pagamento dos devidos impostos) de outros equipamentos eletrônicos.
Mais grave, a investigação apontou o uso de criptomoedas como método para ocultar o patrimônio e a origem do dinheiro.
O elo mais alarmante descoberto foi a ligação do grupo com uma facção criminosa. Segundo a Polícia Federal, a rede realizava repasses de valores à facção em troca de uma “autorização” para poder comercializar os produtos ilícitos em territórios controlados pelo crime organizado.

A estrutura da operação
As seis operações deflagradas receberam nomes distintos, pois representam diferentes núcleos de atuação e logística da organização criminosa em Mato Grosso e São Paulo, demonstrando a capilaridade do esquema.
Durante as buscas realizadas nesta manhã, as equipes policiais apreenderam documentos, equipamentos eletrônicos, uma quantidade de produtos contrabandeados e outros materiais considerados relevantes para dar continuidade às investigações e aprofundar a apuração sobre todos os envolvidos.
A força-tarefa, segundo a Comunicação Social da Polícia Federal, faz parte de um esforço contínuo de combate ao contrabando, descaminho e crimes correlatos.
O foco especial no comércio irregular de cigarros eletrônicos se deve ao duplo impacto negativo que essa atividade gera: o grave risco à saúde pública, motivo da proibição da Anvisa, e o relevante prejuízo econômico ao país, com a evasão de impostos e a concorrência desleal.
.

.
Fonte: Da redação com PRF/MT