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sexta-feira, novembro 7, 2025

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“Isso é ou não é terrorismo?”, questiona Mauro Mendes ao cobrar leis mais duras contra facções

O governador Mauro Mendes defendeu enfaticamente, nesta segunda-feira (03), que as facções criminosas que atuam no Brasil sejam legalmente enquadradas como organizações terroristas. Durante entrevista a um programa de rádio e TV, o governador cobrou urgência do Congresso Nacional na atualização das leis de segurança pública.

Mendes classificou como uma “anomalia” a legislação brasileira não tratar esses grupos dessa forma, considerando o nível de violência e o pânico que impõem à sociedade.

“Essas facções criminosas matam, arrancam cabeças, abrem corpos, exibem metralhadoras e ostentam poder. Isso é ou não é terrorismo? Se isso não for terrorista, então não sei o que é”, afirmou.
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Crítica à “Comoção Seletiva”
O governador também apontou o que chamou de “contradição” e “hipocrisia” na forma como parte da sociedade, da classe política e de ONGs reagem à violência. Segundo ele, há uma indiferença com as estatísticas criminais, enquanto operações policiais repressivas geram grande comoção.

“É uma hipocrisia. Todo dia essas facções matam 100 brasileiros, e ninguém vai depor, ninguém faz alarde. Mas quando a polícia reage, vira escândalo”, registrou Mendes, ao citar que de 70% a 80% dos mais de 40 mil assassinatos anuais no país têm ligação direta com as facções.

Ações em MT e o Apelo ao Congresso
Mauro Mendes defendeu que o Congresso aproveite a discussão da PEC da Segurança para criar instrumentos legais mais eficientes, criticando a defasagem da legislação atual.

“Nosso Código Penal é de 1940. O mundo mudou, o crime evoluiu, mas nossas leis continuam frágeis. Quando quiseram, fizeram a reforma tributária. Por que não fazem o mesmo com a segurança, que é um clamor nacional?”, questionou.

Como sugestão, o governador citou a necessidade de atacar os “crimes estruturantes das facções“, como o tráfico e, principalmente, a receptação de produtos roubados, que fomenta o crime patrimonial.

“Se tem gente roubando celular, é porque tem quem compre. Vamos endurecer contra o receptador. Sem quem compre, o roubo perde sentido”, explicou.

Mendes também alertou para um problema que, segundo ele, está em crescimento: a infiltração de facções na política, elegendo parlamentares com dinheiro do crime.

“Isso aconteceu na Itália, nos EUA e está acontecendo aqui no Brasil. Eles estão se organizando por baixo e, se não reagirmos, o problema será muito maior”, alertou.

Ao final, o governador citou os investimentos feitos em Mato Grosso, como o programa Tolerância Zero, a criação de um canal de denúncia contra extorsão e o fortalecimento do sistema prisional para evitar que as cadeias funcionem como “quartel-general” do crime.

“O cidadão de bem está pagando a conta enquanto bandido não respeita mais a polícia nem a lei. Precisamos resgatar o medo da punição no Brasil”, concluiu.

Fonte: Da redação com Secom-MT

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