Os 40 vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foram vendidos para o Governo da Bahia por R$ 793,7 e deverão ser levados de Mato Grosso dentro de cinco meses.
Conforme o acordo entre os dois estados, os módulos serão encaminhados para a fábrica, no interior de São Paulo, onde passarão por um processo de reestabelecimento técnico. De lá seguem para Salvador.
O acordo para venda foi fechado na última quarta (19) e o contrato deverá ser oficialmente assinado em evento no Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, na próxima semana. A corte de contas foi a responsável por mediar o acordo.
Os vagões, que nunca chegaram a ser utilizados no trajeto proposto para a Copa do Mundo de 2014 entre Cuiabá e Várzea Grande, ficaram armazenados por mais de dez anos.
Em consequência, o Consórcio VLT Cuiabá concordou em extinguir cinco ações judiciais que haviam sido movidas contra o Governo de Mato Grosso. O Executivo estadual fará o mesmo com dois processos abertos contra o consórcio.
O VLT é um dos símbolos da corrupção desenfreada que tomou conta da administração do estado em razão das obras para a Copa do Mundo de 2014.
O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), Sergio Ricardo de Almeida, destacou que a corte de contas estadual atuou nas negociações e disse que o governador Mauro Mendes acertou ao vender os vagões que estavam se deteriorando sem nunca terem sido usados.
“Não havia outro caminho, o Governo do Estado fez muito bem, esses vagões iam apodrecer um dia. Entendo que a história dos vagões do VLT terminou muitíssimo bem para Mato Grosso”, declarou.
Para o conselheiro Guilherme Maluf, do TCE, o acordo põe um ponto final em uma novela que se arrastava há vários anos, sobre qual seria o destino do modal.
“Tivemos a sorte de encontrar quem precisava desses vagões, que é o Estado da Bahia. O Governo de Mato Grosso soube aproveitar o momento e negociar. Hoje temos um ponto final nessa questão do VLT porque não temos mais vagões, então agora é acompanhar a implantação do BRT”, ressaltou
O Governo da Bahia vai pagar efetuar o pagamento em quatro parcelas anuais até 2027. A primeira delas deverá ser paga até o dia 31 de dezembro deste ano. Todas as parcelas serão corrigidas pelo IPCA-E, a partir da data da assinatura do acordo.
Conforme o Governo do Estado, o valor do acordo recompõe o que foi gasto com a compra dos vagões com a correção da inflação no período. Em 2012, o então governador Silval Barbosa concluiu a aquisição dos equipamentos pelo valor de R$ 497 milhões.
“É exatamente o que eu sempre busquei: ressarcir os cofres públicos. Nós vamos receber exatamente aquilo que pagamos”, disse o governador Mauro Mendes nesta semana. Ele ainda classificou o negócio como uma “oportunidade que caiu do céu”, disse Mauro.
Do total do valor da venda dos vagões, o Governo do Estado vai destinar R$ 468 milhões para a conclusão das obras do BRT de Cuiabá e Várzea Grande, escolhido para substituir o VLT. Os R$ 325 milhões restantes vão ser usados na compra de ônibus para o modal e outros equipamentos.
Fonte: ReporterMT