A Casa do Adolescente Sagrada Família (CASF), localizada na Avenida Valter Farias Ribeiro, no Parque Sagrada Família, em Rondonópolis, enfrenta uma grave crise em seu funcionamento.
A entidade filantrópica que presta serviços socioassistenciais a crianças e adolescentes há 34 anos, ainda não conseguiu iniciar as atividades em 2025 devido à falta de repasses financeiros que deveriam ter sido feitos pela gestão do ex-prefeito Zé Carlos do Pátio.

De acordo com a coordenadora pedagógica da CASF, Rosângela Ramos Duarte, no final de 2023, a entidade foi contemplada com três emendas impositivas que totalizavam R$ 350 mil, sendo duas no valor de R$ 100 mil e uma de R$ 150 mil.
“Esses recursos estavam destinados à construção de uma quadra poliesportiva, que beneficiaria os assistidos com atividades esportivas, além de possibilitar o pagamento de profissionais para a realização de oficinas diversas. No entanto, o pagamento, inicialmente previsto para ser concluído até 31 de junho de 2024, foi prorrogado para 31 de dezembro do mesmo ano e, ainda assim, não foi efetuado”, descreve a coordenadora pedagógica.
Segundo Rosângela, um pagamento no valor de R$ 100 mil foi debitado na conta da entidade no dia 28 de outubro de 2024, de forma considerada ilegal pela instituição, já que não houve a assinatura da parceria entre a Casa do Adolescente e a Secretaria responsável.
“O projeto enviado por meio da emenda previa o pagamento dos profissionais em 12 parcelas, o que se tornou inviável com o depósito realizado no final de outubro. Ficaria impossível gastar tal recurso em um mês e desta forma foi solicitado a devolução do único recurso que havíamos recebido”, explica.
Outro problema foi a participação da CASF no edital de captação de projetos 001/2024 do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), por meio do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). O projeto apresentado pela instituição foi aprovado, mas o valor também não foi repassado.
“Mesmo com a comprovação da conformidade com os critérios técnicos e sociais exigidos, o valor não foi pago. Essa situação gerou um desequilíbrio na execução das ações sociais planejadas, o que afetou diretamente o atendimento às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, que são o público-alvo da nossa instituição”, lamenta a coordenadora pedagógica.
Devido à falta de repasses da gestão municipal anterior, as atividades da Casa do Adolescente não foram iniciadas em 2025 e a estimativa é que mais de 200 crianças e adolescentes tenham sido deixados de ser atendidos. As oficinas culturais, esportivas e de capacitação profissional estão suspensas.
NOVO PROCESSO
A coordenadora pedagógica da entidade afirma que a nova gestão municipal está fazendo um novo processo para efetuar o pagamento referente ao Fundo da Infância e Adolescência (FIA) e que a expectativa é que o valor seja pago em uma semana.
“Acreditamos que o recurso não apenas fará justiça ao esforço e à conformidade de nossa entidade com os requisitos do edital, mas também permitirá a continuidade e a ampliação das nossas atividades voltadas ao desenvolvimento e à inclusão social de crianças e adolescentes”, destaca.
Fonte Jhayne Lima