A Polícia Civil divulgou, ontem a noite, novos detalhes sobre o caso do predador sexual de Sorriso, assassino confesso de Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e das filhas Miliane Calvi Cardoso, 19 anos e duas menores, de 13 e 10 anos. As vítimas foram encontradas mortas esta manhã em uma residência na Travessa Dezembro, no bairro Florais da Mata.
Segundo a Polícia Civil, Gilberto Rodrigues do Anjos, de 32 anos, já havia cometido um crime com características semelhantes em Lucas do Rio Verde. Em setembro deste ano, ele invadiu uma casa e estuprou uma mulher que estava dormindo.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima de Lucas do Rio Verde reagiu e tentou se defender, momento em que foi esfaqueada no pescoço pelo criminoso. Ainda conforme a investigação apurou, uma pessoa que estava na casa tentou intervir, mas acabou sendo agredida por Gilberto, que, em seguida, fugiu em uma bicicleta.
Além do crime em Lucas, ele também possuía um mandado de prisão em aberto por latrocínio, na cidade de Mineiros (GO). Conforme Só Notícias já informou, em Sorriso, o criminoso foi preso pouco depois de os corpos de Cleci e das filhas serem descobertos. “A gente acredita ele tenha atacado primeiro a mãe e, que a mãe ao gritar, as duas filhas teriam acordado e que ele tenha atentado contra elas para depois estuprá-las, posteriormente, por questão até de queima de arquivo, tenha matado asfixiada a menina mais nova”, explicou o delegado Bruno França.
Ele acredita ainda que os crimes tenham sido premeditados. “A premeditação é o óbvio porque ele morava na obra no local do crime e como todo predador sexual já vinha espreitado suas vítimas. A alegação de que a droga seja responsável não convence a Polícia Civil. Ele foi preso com roupas íntimas das vítimas na maior demonstração de ser um predador sexual em série”.
“Ele continuou normalmente na obra, que é o local em que ele trabalha e reside (próximo da casa das vítimas), é como se fosse o caseiro da obra. Não temos confirmação de que tenha voltado ao local do crime depois de ter abandonado, mas sim de que continuou na obra normalmente na lateral, como se nada tivesse acontecido”.
Conforme o delegado, “começamos a levantar informação de todas essas pessoas e descobrimos que um deles tinha histórico de crime sexual e mandado de busca em aberto. Sem informar isso ao preso (Gilberto), iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão estava faltando com a verdade e entrando em contradição, começamos a pressioná-lo. Descobrimos que ele mora na obra, ou seja, era uma pessoa que estava no local da invasão de domicílio, nas redondezas”.
Um chinelo localizado também foi um indício da autoria do crime, segundo o delegado. “A gente solicitou que as pessoas entregassem seus calçados e, o calçado do rapaz teve uma combinação perfeita com uma mancha de pegada de sangue no local do crime, um chinelo. Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo, considerando que a vítima havia arrancado muito cabelo do agressor. Nós o confrontamos, que imediatamente confessou ser autor do crime”.
Bruno também afirmou que as investigações continuam para confirmar se houve mais envolvidos no crime. “Agora a gente vai averiguar se a versão dele é verdadeira, o fato dele ter confessado não quer dizer que isso tenha acontecido. A gente tem que ver se tem mais gente envolvida, se realmente fez isso sozinho, se existe algum tipo de comparsa e se foi só isso mesmo. Foram quatro mulheres mortas, três esgorjadas e uma foi asfixiada, de forma manual e das quatro, três foram estupradas, segundo as palavras do próprio agressor”, disse o delegado. “A gente nunca ia aceitar uma situação dessa e a gente já dizia que tinha que ser a resposta imediata”, concluiu.
Os corpos serão encaminhados ao Instituto Médico Legal. Gilberto foi transferido, esta tarde, para Sinop, levado para penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (Ferrugem) onde aguardará a audiência de custódia.
Só Notícias